Geral
12/12/2018 16:01

Familiares de uma funcionária do Hospital Arcanjo São Miguel, que possui uma deficiência física, devido ao diagnóstico de Doença de Stargardt, denunciaram que a direção da instituição praticou ato de discriminação, ao negar cargo de maior responsabilidade, mesmo após ter feito o convite para o colaborador.

As pessoas afetadas pela doença de Stargardt sofrem de sensibilidade a luz forte. À medida que a doença progride, pode dar origem a dor e diminuição da visão. A visão é afectada primeiro no centro do campo de visão, deixando a visão periférica intacta. O nome da funcionária está sendo preservado a pedido da família.

Segundo os familiares, a funcionária foi convidada, pela direção, a assumir um cargo de maior responsabilidade devido a sua formação acadêmica na área de Recursos Humanos, seu tempo de casa e a boa referência por parte dos coordenadores e gerentes. Porém, a transição de cargo foi interrompida, por parte da direção, quando a funcionária foi obrigada a realizar uma planilha numérica. "O fato gerou constrangimento, pois a direção do hospital tinha ciência da limitação visual da funcionária e mesmo assim solicitou que ela fizesse a planilha. Ela argumentou que essa tarefa específica não poderia executar, mas todas as demais estaria apta. Afinal Recursos Humanos não se resume a elaboração de planilha, ma sim a um enorme leque de atividades", disse um familiar.

Mesmo a funcionária relatando plenas condições de realizar todas as outras tarefas concernentes ao cargo, a direção prontamente a privou da oportunidade, sem a preocupação com ações de políticas inclusivas na instituição, que foi construída com tanto esforço pela comunidade gramadense. O curioso é que o diretor do hospital está concluindo um mestrado em Acessibilidade.

"Como pode a direção do hospital , que de forma direta, representa a autoridade máxima da nossa cidade, negligenciar de forma antiética e fechar os olhos se eximindo da responsabilidade da inclusão desta parcela da comunidade, que passa por tantas dificuldades no seu dia a dia, para se adaptar a um mundo que não está pronto para recebê-las com suas diferenças. Espero que os representantes da nossa comunidade tomem providências com relação a este descaso", pontuou o familiar da funcionária.