Direção do Hospital de Gramado discrimina funcionário por deficiência física
GeralFamiliares de uma funcionária do Hospital Arcanjo São Miguel, que possui uma deficiência física, devido ao diagnóstico de Doença de Stargardt, denunciaram que a direção da instituição praticou ato de discriminação, ao negar cargo de maior responsabilidade, mesmo após ter feito o convite para o colaborador.
As pessoas afetadas pela doença de Stargardt sofrem de sensibilidade a luz forte. À medida que a doença progride, pode dar origem a dor e diminuição da visão. A visão é afectada primeiro no centro do campo de visão, deixando a visão periférica intacta. O nome da funcionária está sendo preservado a pedido da família.
Segundo os familiares, a funcionária foi convidada, pela direção, a assumir um cargo de maior responsabilidade devido a sua formação acadêmica na área de Recursos Humanos, seu tempo de casa e a boa referência por parte dos coordenadores e gerentes. Porém, a transição de cargo foi interrompida, por parte da direção, quando a funcionária foi obrigada a realizar uma planilha numérica. "O fato gerou constrangimento, pois a direção do hospital tinha ciência da limitação visual da funcionária e mesmo assim solicitou que ela fizesse a planilha. Ela argumentou que essa tarefa específica não poderia executar, mas todas as demais estaria apta. Afinal Recursos Humanos não se resume a elaboração de planilha, ma sim a um enorme leque de atividades", disse um familiar.
Mesmo a funcionária relatando plenas condições de realizar todas as outras tarefas concernentes ao cargo, a direção prontamente a privou da oportunidade, sem a preocupação com ações de políticas inclusivas na instituição, que foi construída com tanto esforço pela comunidade gramadense. O curioso é que o diretor do hospital está concluindo um mestrado em Acessibilidade.
"Como pode a direção do hospital , que de forma direta, representa a autoridade máxima da nossa cidade, negligenciar de forma antiética e fechar os olhos se eximindo da responsabilidade da inclusão desta parcela da comunidade, que passa por tantas dificuldades no seu dia a dia, para se adaptar a um mundo que não está pronto para recebê-las com suas diferenças. Espero que os representantes da nossa comunidade tomem providências com relação a este descaso", pontuou o familiar da funcionária.