Turismo
17/08/2018 12:47

Começa hoje, 17 de agosto, o 46º Festival de Cinema de Gramado e, junto com ele, o segundo festival: o das festas chiques que atraem turistas ávidos por balada até o amanhecer e muita droga sintética. Na verdade, há anos o Festival de Cinema não atrai turistas para a cidade, exceto os cinéfilos, críticos e estudantes da sétima arte.

O que lota a cidade nesse período são as tais festas, que repercutem tão negativamente para a cidade, afugentam o turista familiar, mas trazem muito dinheiro para os hotéis e restaurantes, devido aos playboys endinheirados que frequentam a cidade com seus carrões importados.

"A Prefeitura irá editar alguma norma sobre excesso de músicas altas proveniente do som potente de DJs nas festas realizadas em restaurantes da Rua Coberta, durante o Festival? E os restaurantes da praça que se transformam em festa rave, não tem nem alvará para tais festas. O custo dessas festas é muito alto para Gramado e supera as receitas que elas trazem. O público que frequenta a cidade nos dois finais de semana sabe o que está se passando no Palácio dos Festivais?", questionou um empresário do ramo da gastronomia.

Uma empresária do ramo hoteleiro fez um desabafo: "Eu queria trabalhar, mas vou ser forçada a ficar parada. Isso mesmo. Eu e muita gente da hotelaria e locações em geral vão estar fechados. Isso é sadio? Hoje em dia o Festival de Cinema só lembra festas e quebradeira, tem necessidade dar continuidade a isso? O Festival perdeu sua identidade cultural, a procura pelo que de fato se oferece ali é por poucos, mas a procura pelas festas é tremenda. Quem se arrisca a alugar acomodações, domingo e segunda, após o Festival, vão estar fechados para consertar a quebradeira. Falo por experiência própria, fora ter que fazer "outs", com presença policial, devido aos ilícitos encontrados no imóvel. Pergunto: Para isso serve o Festival de Cinema? De uns 10 anos para cá acabou a procura pelos artistas, a disputa por ingressos, não se ouve mais falar em autógrafos. O comércio não fatura. Eu vou parar, contra a minha vontade, pois prefiro não ganhar do que perder, quem sabe, o dobro".