MP denuncia Rafael Ronsoni por desvio de bens públicos em troca de votos
PoliticaO vereador Rafael Ronsoni foi denunciado em uma ação proposta pelo Ministério Público de Gramado, por crime de peculato. Ele é acusado de desviar bens públicos em favor de terceiros. De acordo com as investigações do Ministério Público, Rafael Ronsoni teria fornecido máquinas e servidores públicos para particulares, em troca de votos. O órgão interceptou uma conversa telefônica, no dia 14 de maio de 2013, onde foi constatada a prática ilícita.
Além da interceptação telefônica, também foram obtidos relatórios fotográficos e anotações policiais. O Ministério Público afirma ter sido comprovada a distribuição de brita e canos, supostamente em troca de prestígio e vantagens eleitorais.
Na gravação telefônica, um cidadão solicita um trabalho de retroescavadeira em sua propriedade e Ronsoni pede para que ele ligue na próxima sexta-feira. O homem reclama que a então Coordenadora da Subprefeitura da Várzea Grande, Rosi Ecker, não responde aos seus telefonemas. "Porque eu tentei ligar umas 10 vezes pra ela. Ela não atende o telefone". Ronsoni responde: "Não é eleição agora, né".
Na gravação telefônica, o beneficiado pela doação de materiais agradece ao então secretário e pergunta "como é que eu acerto contigo?". Ronsoni responde: "Isso aí dia 7 de outubro, daqui quatro anos, nós acertemos (sic)". Para a promotora Natália Cagliari, a fala dá a entender que na próxima eleição municipal será cobrado o apoio eleitoral a Rafael Ronsoni.
Para a promotora Natália Cagliari, "o diálogo mostra que máquinas, funcionários e materiais da Prefeitura de Gramado são distribuídos e utilizados em serviços particulares como moeda de troca. As cobranças dos favores ocorrem nos períodos eleitorais, principalmente nos pleitos municipais".
A promotora Natália Cagliari também ingressou com uma ação civil pública contra Ronsoni, pela prática de atos de improbidade administrativa, ao tempo em que ele comandava a Secretaria de Obras. A ação criminal contra Rafael Ronsoni está nas mãos do juiz Cyro Púperi.